Caio Lamas apresenta trabalho na JED 2023

Caio Lamas, integrante do MidiAto, participa do no IV JED – Jornada de Estudos de Documentário, realizado de 27 de novembro a 1º de dezembro na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em Recife (PE). A programação completa está disponível no site.

O pesquisador debate o trabalho “Os jovens e a máscara: Juízo e as faces descobertas no teatro da Justiça” na quarta-feira, 29/11, às 9h30 durante a mesa “Espaço e encenação no documentário”. Leia o resumo abaixo:

Esta apresentação tem como objetivo geral compreender quais e como se articulam algumas das políticas de representação críticas ao estigma de jovens autores de atos infracionais no cinema brasileiro a partir do ano de 2002, com ênfase no cinema documentário. Por máscara entende-se o conjunto de representações de caráter estigmatizante, que tende a homogeneizar aqueles a quem se faz referência, e contra a qual atua o filme em destaque. Parte-se da hipótese de que algumas dessas políticas podem ser divididas em três eixos principais, denominadas faces reveladas, laços de afeto e culturas juvenis. Por meio da análise discursiva de Juízo (2008), em uma abordagem que busca alternadamente elementos internos e externos ao longa-metragem, verificou-se como ele constrói uma perspectiva solidária aos jovens, em especial por meio da exposição dos rostos dos réus, interpretados por atores, bem como da participação das mães nas audiências que integram o filme.
Palavras-chave: Documentário e representações; estigma; Documentário e judiciário; Juventude

Investigadores do MidiAto apresentam trabalhos no SBPJor 2023

Pesquisadores do MidiAto apresentam trabalhos durante o 21º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo, que ocorre de 08 a 10 de novembro de 2023, na Faculdade de Comunicação (FAC) da Universidade de Brasília (UnB), no Distrito Federal. O evento deste ano tem como temática central “O futuro do jornalismo: crise epistêmica, desinformação e o protagonismo das mulheres jornalistas”. A programação completa está disponível no site.

Ivan Paganotti (Umesp) apresentou o trabalho “Checagem de fatos e pedagogia midiática: efeitos educativos de verificação com abordagem didática” durante a sessão livre de Jornalismo e Educação. Veja o resumo a seguir:

Este estudo tem como objetivo avaliar como instrumentos desenvolvidos originalmente para o combate a desinformação por meio da checagem podem ser adaptados para uma finalidade educacional. A metodologia adotada nesta pesquisa analisará a presença de recursos próprios da prática pedagógica, como a conceituação, fundamentação, contextualização, instrução, linguagem didática, complexidade gradativa e avaliação progressiva, considerando de que forma esses recursos são incluídos de forma explicitamente ou implicitamente educacional em verificações de fatos ou em guias produzidos pelos checadores. Para a amostra, o recorte adotado envolve os materiais produzidos pela agência de checagem Aos Fatos sobre a plataforma Jusbrasil – plataforma usada pelos verificadores, mas também foco de checagens, devido a usos imprecisos por comunicadores e políticos – incluindo verificações de fatos e guias para uso dessa plataforma.
Palavras-chave: desinformação; educação midiática; checagem de fatos; jornalismo; didática.

Juliana Doretto (PUC-Campinas) participou da sessão coordenada da rede RENAMI de Jornalismo narrativo, sujeitos e testemunhos com o trabalho “Entrevista com crianças no jornalismo infantojuvenil: a questão da identificação“. Leia o resumo abaixo:

O objetivo deste trabalho foi analisar as percepções sobre entrevistas com crianças de comunicadores que fazem parte do Colo (Coletivo de Jornalismo Infantojuvenil), levantadas em roda de conversa realizada no início de 2023 como parte de um processo de pesquisa-ação. Na discussão, o principal ponto de embate foi quanto a identificar ou não as crianças por seu nome completo, mesmo em pautas em que não haja uma situação de risco clara a elas, devido a preocupações com as consequências dessas falas na vida futura desses sujeitos. Nesse aspecto, identifica-se a presença de um discurso marcado pela proteção à criança e pelos constrangimentos da rotina produtiva jornalística, mas também por certa perspectiva adultocêntrica, que debilita o “tempo da infância”, já que o modo de pensar das crianças é visto como algo que pode causar constrangimentos adiante, sobretudo na fase adulta.

Integrantes do MidiAto apresentam trabalhos na Socine 2023

Pesquisadores do MidiAto debatem seus trabalhos no XXVI Encontro Socine, de 07 a 10 de novembro 2023, realizado na Unila, em Foz do Iguaçu. A programação completa do evento está no site.

Veja abaixo os títulos e os resumos dos trabalhos dos investigadores do MidiAto apresentados no encontro.

Rosana de Lima Soares, professora da ECA e coordenadora do MidiAto, participa da mesa temática “A memória construída pelos cinejornais e telerreportagens brasileiros” ao lado dos pesquisadores Eduardo Morettin e Rodrigo Archangelo. A mesa proposta integra o Projeto Temático FAPESP “Audiovisual, história e preservação: o lugar dos cinejornais e das telerreportagens brasileiros na construção da memória (1946 – 1974)” e examina “no período democrático e da ditadura civil-militar no Brasil, as representações de eventos históricos e grupos sociais, o imaginário e os discursos culturais e políticos delas recorrentes, a partir dos cinejornais dos Fundos Atlântida e Canal 100 e das telerreportagens exibidas pela TV Tupi”. Confira a seguir o resumo do trabalho de Rosana, intitulado “Representações e visibilidades juvenis em telerreportagens da TV Tupi“:

Este estudo busca analisar telerreportagens relacionadas às representações da juventude e das visibilidades juvenis veiculadas em telejornais da TV Tupi de São Paulo entre 1962 e 1974. Pretende-se, assim, empreender uma análise crítica dessas produções, investigando as políticas da representação, os regimes de visibilidade e as estratégias de reconhecimento dos jovens e das culturas juvenis nos chamados “discursos referenciais” presentes em narrativas audiovisuais do período tratado.

Samuel Baptista Mariani, integrante do MidiAto e doutorando do PPGMPA (ECA-USP), apresenta o trabalho “Animação como metalinguagem no cinema nacional recente” que propõe “um estudo sistemático de crítica de mídia de duas obras do cinema de animação brasileiro que representam um amadurecimento do setor audiovisual ao qual pertencem. A pesquisa buscou evidenciar os recursos narrativos metalinguísticos adotados pelos filmes para justificar tematicamente sua existência na cultura audiovisual que habitam e sua influência no circuito midiático em que se engendram, frequentemente através de recursos caros aos gêneros de humor, como a auto-paródia”.

Revista RuMoRes promove mudanças e passa a tratar da crítica de mídia

Lançada em 2007, a revista RuMoRes chega em sua 33ª edição com mudanças gráficas e editoriais. Agora, o periódico tradicionalmente editado pelo MidiAto, grupo de pesquisa da Escola de Comunicações e Artes e do Programa de Pós-Graduação em Meios e Processos Audiovisuais, terá como tema os estudos da crítica de mídia. No editorial que circula no seu mais recente número, o novo passo da revista é descrito como uma mudança ocorrida para contemplar “a ampla diversidade de respostas a respeito das naturezas da crítica de mídia, dos lugares onde ela se encontra, dos sujeitos que a praticam, das perspectivas teóricas que a orientam, de suas implicações e compromissos”.

Há pelo menos uma década esse percurso em direção à crítica midiática tem guiado as investigações e atividades do grupo que edita a RuMoRes. O editorial e as modificações também são assinados pela a Rede Metracrítica de Pesquisa em Cultura Midiática, que conta com diferentes grupos, ligados a instituições diversas – Mídia e Narrativa (PUC Minas), Quintais: cultura da mídia, arte e política (UFOP), Sociedade mediatizada: processos, tecnologia e linguagem (PUC Campinas), Representações, Mediações e Humor na Cultura Audiovisual (UAM), Checar – Checagem, Educação, Comunicação, Algoritmos e Regulação (Umesp).

A professora Rosana de Lima Soares, líder do MidiAto, lembra que os estudos da crítica de mídia têm se mostrado cada vez mais necessários ao campo da comunicação, que passou por diversas mudanças desde a primeira edição do periódico, em 2007. “Os estudos da crítica de mídia são cada vez mais necessários ao campo da comunicação. Eles vêm ganhando relevância porque pesquisadores e pesquisadoras estão sempre atentos a questões de grande complexidade, como as naturezas da crítica de mídia, dos lugares onde ela se encontra, dos sujeitos que a praticam, das perspectivas teóricas que a orientam, de suas implicações e compromissos”, pontua.

A revista passa, assim, a contemplar artigos situados em diferentes instâncias, descritas no editorial e em sua plataforma de submissões: I) Crítica de produtos difundidos nas diferentes mídias; II) Análise de críticas publicadas ou veiculadas na própria mídia; III) Análise de críticas que circulam de forma dispersa pela sociedade; IV) Análise de críticas de mídia realizadas por acadêmicos e V) Estudos teóricos sobre crítica de mídia. Essas temáticas e seus desdobramentos serão acolhidas nas contribuições enviadas pelos pesquisadores e pesquisadoras que tenham interesse em dar publicidade às suas reflexões na revista RuMoRes.

“A ideia é receber artigos dedicados a trabalhar com a crítica relacionada com as mais diferentes expressões da cultura audiovisual e impressa, como ficção televisa, jornalismo, publicidade ou entretenimento, ou que tragam reflexões teóricas e metodológicas sobre crítica de cultura midiática”, esclarece Rosana. Com as mudanças, o periódico passa a ser, simultaneamente, específico e plural, movendo-se em interrogações pertinentes ao campo. “Entendemos que as mudanças reafirmam nosso papel como revista científica. Essa nova proposta nos permite seguir trilhando novos caminhos e propondo formas originais e inventivas de realizar a divulgação científica”, finaliza a professora.

Nova edição traz dossiê com 12 artigos

Para marcar a mudança, a revista RuMoRes traz, em sua 33ª edição, um dossiê intitulado “Modalidades da crítica midiática em tempos críticos”. São 12 artigos assinados por pesquisadores e pesquisadoras da Rede Metracrítica de Pesquisa em Cultura Midiática, além de uma entrevista com o jornalista e crítico de mídia Maurício Stycer.

Os estudos empreendidos por autores e autoras de diversas instituições e áreas de inserção, que se reúnem em rede para o enfrentamento do lugar e do papel da crítica de mídia, representam, segundo o editorial, “uma amostragem relevante, pertinente e consistente” da grande temática agora anunciada como eixo central da publicação.

Confira a seguir os artigos publicados na 33ª edição da RuMoRes:

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Sofia Franco defende tese sobre circulação midiática da dança na ECA/USP

Na terça-feira, 04 de julho de 2023, às 14h, a pesquisadora do MidiAto Sofia Franco Guilherme defende sua tese de doutorado intitulada “O circuito midiático da dança contemporânea brasileira em produções audiovisuais para meios digitais”, orientada pela Profa. Dra. Rosana de Lima Soares. A defesa será no formato presencial, na Sala Egon Schaden, 1º andar do Prédio Central da ECA/USP.

Leia abaixo o resumo do trabalho:

Esta tese investiga como as transformações nas modalidades comunicacionais geram novas formas de produção, circulação e consumo de obras culturais. A pesquisa parte de inquietações sobre o lugar do jornalismo audiovisual especializado em cultura e os espaços de circulação midiática de conteúdos sobre a dança contemporânea. Tendo em vista as características do contexto da cultura audiovisual e da convergência midiática, a hipótese aponta para o uso das mídias digitais – tais como YouTube, redes sociais ou canais de streaming na internet – para a circulação dessas obras. Assim, questiona-se se o objetivo das produções audiovisuais especializadas em cultura é serem recebidas por uma ampla audiência, ou garantir que atinjam seu público, que, apesar de mais restrito, é mais investido em sua recepção. Busca-se, assim, compreender de que modo, ao produzir seu próprio conteúdo, as companhias profissionais procuram um caminho de comunicação alternativo e qual o complexo crítico que se constrói a partir dessas produções audiovisuais. Por meio da análise dos vídeos produzidos pelo Grupo Corpo e pela São Paulo Companhia de Dança, distribuídos pelos canais das companhias na plataforma YouTube, procura-se compreender os efeitos de sentido construídos na linguagem e na triangulação entre produção, circulação e recepção das obras audiovisuais, adotando a perspectiva da crítica de mídia. Desse modo, elege-se o gênero como categoria analítica para a organização do material audiovisual mapeado a partir dos canais das companhias, constituindo um campo profícuo para a investigação de três mediações destacadas para análise dessas produções midiáticas, a saber: mediação estética, mediação midiática e mediação social, articuladas entre si como operadores metodológicos dos materiais empíricos analisados.

Juliana Gusman publica trabalho sobre prostituição no documentário brasileiro

A pesquisadora do MidiAto Juliana Gusman publicou o artigo “As mulheres da boca e as mulheres do cinema: prostituição e feminismo no documentário brasileiro” na edição número 33 da Doc-Online: Revista Digital de Cinema Documentário. O texto pode ser acessado por meio do link: https://ojs.labcom-ifp.ubi.pt/index.php/doc/article/view/1256

Confira o resumo a seguir:

Em documentários sobre prostituição, costuma-se reiterar vitimizações e negligenciar a autonomia das trabalhadoras sexuais, supostamente incapazes de enfrentar suas próprias agruras. Objetiva-se investigar como filmes brasileiros dialogam com tal tendência figurativa, com destaque para o matricial Mulheres da Boca (1981). Com aportes das teorias feministas, coteja-se como a obra – resgatada em circuitos cinematográficos atuais devido a sua relevância histórica – se enlaça com regimes de representação que estigmatizam mulheridades divergentes.

Nova edição da RuMoRes traz dossiê sobre liberdade de expressão

Está no ar o número 32 de RuMoRes – Revista Online de Comunicação, Linguagem e Mídias. Em 2022, a revista científica completou 15 anos de existência. Nesta edição, Nara Lya Cabral Scabin e Andrea Limberto Leite, organizaram o dossiê Liberdade de expressão: perspectivas críticas a partir de mediações e processos na cultura midiática, os textos reunidos “trazem diferentes debates, conceitos e objetos, visando resgatar e ressignificar criticamente o debate contemporâneo sobre a liberdade de expressão, especialmente em defesa dos valores democráticos”.

A edição completa está disponível em: https://www.revistas.usp.br/Rumores/issue/view/12230

Veja abaixo os artigos publicados nesta edição:

Editorial

Da esperança como prática da liberdade

Rosana de Lima Soares

Apresentação do Dossiê

Liberdade de expressão: perspectivas críticas a partir de mediações e processos na cultura midiática

Nara Lya Cabral Scabin, Andrea Limberto Leite

Dossiê

Desinformação e violência contra jornalistas como violências contra a comunicação: análise de casos entre 2021 e 2022 em São Paulo e no Brasil

Larissa Gould, Vitor Souza Lima Blotta

Origens da misoginia online e a violência digital direcionada a jornalistas mulheres

Daniela Osvald Ramos

Proteção da imagem do (e no) STF : autodefesa, difamação, desinformação e direitos comunicacionais no caso do livro “Operação Banqueiro”

Ivan Paganotti, Francisca Ester de Sá Marques

Liberdade de expressão, programas policialescos e desinformação: um olhar para o desequilíbrio na resolução de conflitos entre direitos

Thayane Guimarães Tavares, Kleber Santos de Mendonça

Política para a radiodifusão no governo Jair Bolsonaro: do discurso liberal aos indícios de captura do Estado

Ana Carolina de Melo Souto, Nelia Rodrigues Del Bianco

Quem pode ser Jesus? Reflexões sobre o cultural backlash brasileiro a partir de censuras a manifestações artísticas

Bruna Silveira Martins de Oliveira, Pedro Henrique Bicalho Camelo, Maiara Garcia Orlandini

A verdade vos fará livre: resposta à ideologia conservadora na narrativa do Jesus da Gente no carnaval de 2020

Rafael Otávio Dias Rezende, Marco Aurélio Reis

Toda ação tem uma reação: as causas e consequências dos discursos de ódio

Carla de Araujo Risso

Combate bolsonarista no front cultural: estratégia política de deslegitimação de fatos representados em Democracia em vertigem

Juliano Vasconcelos Magalhães Tavares, Teresinha Maria de Carvalho Cruz Pires

Questões de gênero na cobertura da covid-19 pela Agência Mural de Jornalismo das Periferias

Cláudia Lago, Cláudia Nonato, Evelyn Kazan

O papel das jornalistas negras na luta por reconhecimento e representatividade

Louis Edoa, Cilene Victor

Artigos

A grande cidade (Carlos Diegues, 1966): filme e música em capítulos

Luíza Beatriz Alvim

Quando a ordem da interação é interrompida: um olhar comunicacional para a experiência do autismo

Francisco Gabriel Alves

O follow no Instagram como recurso de gratificação aos participantes do Big Brother Brasil 21 e sua relação com a cultura do cancelamento

Adhemar Lage, Sara de Pina, Vitor Braga

Entre e nostalgia e a melancolia: paisagem, memória e futuro no rap nacional

Camila Campos Costa, Cláudio Coração

MidiAto encerra o semestre com sessão de Leituras Críticas e Seminário de Pesquisa

Na quinta-feira, dia 8 de dezembro, o MidiAto realiza seu último encontro do ano com uma sessão dupla de discussões. No primeiro momento da atividade, a nossa pesquisadora Maressa Basso apresenta sua tese de doutoramento em andamento, intitulada “Vale a pena ver de novo? A revisitação de discursos e a percepção da audiência”. A atividade faz parte do nosso “Seminário de Pesquisa”. Posteriormente, a coordenadora do grupo Rosana Soares e a pesquisadora Cíntia Liesemberg encerram o nosso ciclo “Leituras Críticas” com debate sobre o conceito de “Ética” a partir das leituras de Judith Butler e Mayra Gomes.

O encontro acontece de 14h às 16h e é aberto ao público externo. Para mais informações, entre em contato com a gente pelo e-mail midiato@usp.br

Natalia Engler discute um quadro teórico para a analisar subjetividades feministas nas mídias em capítulo de livro

Natalia Engler, pesquisadora do MidiAto, publicou o artigo “Feminismos midiáticos como tecnologias de gênero: novas subjetividades feministas contemporâneas” no livro Contranormativo. multidões em aliança: subjetividades divergentes. A publicação é resultado da Jornada de Estudos Contranormativos realizada pelo Grupo de Estudos DiverGente, da FFLCH/USP.

O e-book está disponível gratuitamente para download no site: https://www.livrosabertos.sibi.usp.br/portaldelivrosUSP/catalog/book/917

Confira abaixo o resumo do artigo:

O presente trabalho tem por objetivo discutir, a partir da intersecção entre os campos dos estudos feministas de mídia e dos estudos de gênero, um quadro teórico que possibilite examinar a constituição de uma nova subjetividade feminista, que emerge com a recente intensificação da circulação de discursos feministas nas mídias de massa. Para isso, parto das propostas teóricas das “tecnologias de gênero” (LAURETIS, 1994) e da performatividade de gênero (BUTLER, 2018a; 2018b) para examinar essa nova subjetividade feminista  produzida pelas políticas de representação dos recentes feminismos midiáticos (diferentes modalidades de discursos feminista que hoje são incorporados pelos produtos da cultura midiática contemporânea e circulam amplamente por suas instâncias) — que têm como pontos centrais a visibilidade, o empoderamento e o corpo — buscando compreender sobretudo de que modo esses feminismos interpelam as sujeitas. Procuro apontar quais as consequências da articulação desses três pontos, em especial em termos do que significa se tornar visível no contexto político, social, econômico e cultural atual, e como essa visibilidade atua como uma “tecnologia de gênero” que constitui subjetividades por meio de demandas por empoderamento e visibilidade (corporificadas em corpos que se fazem presentes em produtos midiáticos), sem perder de vista as possibilidades de agência e resistência.

Pesquisadores do MidiAto participam da Socine 2022

Integrantes do MidiAto debatem suas pesquisas no XXV Encontro Socine, de 08 a 15 de novembro 2022. O evento será realizado pelo Departamento de Cinema, Rádio e Televisão da Escola de Comunicações e Artes na modalidade presencial de 08 a 11 de novembro e na modalidade remota de 14 a 15 de novembro.

A programação completa do evento está no site.

Veja abaixo os títulos e os resumos dos trabalhos dos investigadores do MidiAto apresentados no encontro:

Trajetórias do político no cinema brasileiro recente
Eduardo Paschoal (ECA/USP) – Comunicação individual

A comunicação busca refletir sobre a produção recente do cinema brasileiro, de 2012 a 2018, em três esferas: seus agentes, integrados ao contexto de produção por meio das políticas públicas de incentivo direto; as temáticas predominantes, em especial aquelas que se dirigem ao político; e uma rede de ruídos, mobilizada por meio da circulação dos filmes e de suas presenças nas mídias e nas redes sociais como ferramentas de debate.

Animação na reconstrução da memória política brasileira
Jennifer Jane Serra (ECA/USP) e Rosana de Lima Soares (ECA/USP) – Comunicação individual

Esta comunicação busca refletir sobre o uso crescente de imagens animadas na representação de memórias de eventos políticos. Para tanto, serão analisados três filmes brasileiros de animação: os curta-metragens documentais Torre (Nádia Mangolini, 2017) e Cadê Heleny? (Esther Vital, 2022), e o longa-metragem de ficção Meu Tio José (Ducca Rios, 2021). Produzidas integralmente com imagens animadas, as obras estabelecem relações entre a produção audiovisual e o atual momento político brasileiro.

Modos de endereçamento e apelos ao consumo em programas culinários
Nara Lya Cabral Scabin (UAM) – Comunicação individual – Remoto

Partindo de um contexto marcado por tensionamentos discursivos no estatuto da comida e da cozinha no panorama da cultura audiovisual contemporânea, o trabalho discute os modos de endereçamento em programas culinários, que propomos compreender como gênero do discurso televisual. Por meio da análise dos programas Tempero de Família – Não joga fora (2021) e Que Marravilha – Delivery (2020), do GNT, o trabalho identifica convocações ao consumo que atendem a demandas latentes de bem-viver.

Narrativas sobre a criação de espetáculos de dança do Grupo Corpo no YouTube
Sofia Franco Guilherme (UAM / ECA-USP) – Comunicação individual

O presente trabalho investiga as narrativas sobre o processo criativo da dança do Grupo Corpo por meio de seu registro audiovisual. Escolhemos analisar estrutura narrativa da série de vídeos “Espetáculo 2015”, publicada no canal oficial do Grupo no YouTube, entre fevereiro e outubro de 2015, para compreender a perspectiva teórica e prática da companhia sobre o fazer desta arte e como ela pode contar suas próprias histórias por meio de produções originais para as mídias digitais.

Avanços e precarização: o mundo do trabalho no audiovisual (2002-2022)
Thiago Siqueira Venanzoni (FIAM-FAAM) e Bruno Casalotti (Unicamp / FIAM-FAAM) – ST: Cinema no Brasil: a história, a escrita da história e as estratégias de sobrevivência

Esta apresentação tem como contexto o mundo do trabalho no audiovisual brasileiro nas duas últimas décadas, de 2002 a 2022. Em análise, os avanços ocorridos na formalização dos profissionais do audiovisual a partir da construção do Fundo Setorial do Audiovisual, desde 2006, e da consolidação da Lei do SeAC de 2011; os retrocessos decorrentes da Reforma Trabalhista de 2017 e, por fim, a dimensão da plataformização do audiovisual e seu impacto no campo do cinema e do audiovisual.